A energia solar e eólica venceram a corrida para se tornarem as formas mais baratas de energia de baixo carbono e, portanto, devem formar a base dos esforços para “turbinar” a transição energética da Austrália, segundo uma consulta do governo.
O Conselho de Energia Limpa da Austrália (CEC), que representa a indústria de energia verde do país, disse que o custo claro das vantagens da energia solar e eólica e a maturidade das indústrias que se desenvolveram em torno delas as tornaram as favoritas para sustentar a descarbonização acelerada do economia do país.
O CEC estava respondendo a uma consulta encerrada ontem sobre o 'Documento de discussão do roteiro de investimento em tecnologia' do governo australiano, publicado em maio.O documento e as respostas das partes interessadas que ele suscita destinam-se a informar a primeira 'Declaração de Tecnologia de Baixas Emissões' da Austrália no final de 2020, que orientará o pensamento do governo sobre quais tecnologias apoiar para reduzir as emissões.
A resposta do CEC disse que até que ponto os custos nivelados de energia solar e eólica caíram nos últimos 10 anos – 90% e 67%, respectivamente, de acordo com números citados pela organização – justificou sua priorização para acelerar a transição energética.
Mas, para maximizar a capacidade da energia solar e eólica de sustentar os esforços de redução de carbono, a CEC disse que tecnologias facilitadoras, como armazenamento de energia, também precisariam ser priorizadas no roteiro, bem como esforços para fortalecer e modernizar a rede elétrica.
Por outro lado, as tecnologias que prolongam a vida útil da geração a carvão e gás de custo mais alto não devem ser incluídas na lista final porque desincentivarão novos investimentos em tecnologias mais limpas e de custo mais baixo, disse o CEC.
O governo da Austrália, liderado pelo primeiro-ministro pró-carvão Scott Morrison, já havia enfrentado críticas por não substituir a meta nacional de energia renovável, que foi cumprida no ano passado, mas ainda não foi estendida.
O CEC apoiou a introdução de uma meta “forte” de redução de emissões para o setor elétrico, juntamente com políticas de apoio e reformas de mercado, para fornecer uma meta clara para a indústria.“A meta de redução de emissões existente do governo carece de ambição e está fazendo pouco ou nada para incentivar a implantação de tecnologia”, disse o CEC.
Concluindo, a resposta à consulta do CEC destacou um relatório anterior que havia publicado, estabelecendo as contribuições que o setor de energia limpa da Austrália poderia fazer para a recuperação econômica do país após a pandemia do COVID-19.
O CEC disse que, com a estrutura política correta, a indústria de energia renovável poderia injetar até AU$ 50 bilhões em investimentos do setor privado na economia, liberando o escasso financiamento dos contribuintes para outros serviços essenciais.